sábado, 18 de abril de 2009

Brigas internas, desunião e estrelismo são os principais adversários da oposição no Acre

A oposição acriana continua como na música de Caetano Veloso sem lenço/sem documento, e mais uma vez caminha para uma disputa majoritária sem um horizonte definido, tendo como principais adversários as intransigências de suas principais lideranças. O senador Geraldo Mesquita (PMDB) definiu certa feita no programa do Jorge Said, na TV-Rio Branco, como muita felicidade, o perfil das oposições, no Estado: “O eleitor quer mudar, mas não estamos conseguindo encontrar um caminho, um candidato que possa encarnar o perfil da mudança”. No seu PMDB, por exemplo, existe uma movimentação interna para acabar de alijá-lo. O natural seria o partido se unir em torno da sua candidatura à reeleição, mas preferiu tirar o ex-deputado federal João Correia (PMDB) do esquife político, onde descansava desde a última derrota para a Câmara Federal e de ter seu nome envolvido no escândalo das ambulâncias, inocentado no curso do processo.

“Sou o candidato do PMDB”, assim se define Correia.

Esta preferência escancarada do manda-chuva do PMDB, deputado federal Flaviano Melo, pela candidatura do ex-deputado João Correia é explicada por cardeais do partido da forma mais simplória.

“O senador Geraldo Mesquita não conseguiu se integrar ao PMDB: é uma figura esquisita, isso o deixou isolado, tendo apoio hoje apenas de um grupo que não tem voto para eleger o síndico do Manoel Julião. A nossa chapa está formada: Rodrigo Pinto para o governo e João Correia (PMDB) para Senador. O Geraldinho, se quiser, pode sair para deputado federal”, alfinetam.

No PSDB, a balbúrdia é ainda mais intensa. Há bem pouco os tucanos do bico mole e os tucanos do bico duro trocaram acusações pela imprensa e na tribuna da Assembleia Legislativa.

A briga desaguou numa tentativa de golpe para derrubar Tião Bocalon da presidência do PSDB, urdida pelo tucano do bico mole, o ex-deputado federal Normando Sales, perito em desarmonia partidária, insuflado pelos deputados Donald Fernandes (PSDB), Luiz Gonzaga (PSDB), pelo ex-deputado federal Sérgio Barros, a ex-prefeita Toinha Vieira; e tecendo a intriga nas sombras, o ex-deputado federal Marcio Bittar (PPS), que está a um pé de virar tucano.

Um almoço acontecido há cerca de 20 dias numa churrascaria da cidade, com emissários nacionais do PSDB, o grupo entregou um dossiê contra Bocalon, em que traça seu perfil como “ditador” e “desagregador” e pede sua cabeça como única forma de unir as correntes divergentes.

“Traíras”, é como os tucanos do bico duro que apoiam a permanência de Tião Bocalon na presidência do PMDB denominam o grupo que chamam de “golpistas”. “Esta turma nunca colaborou em nada com o partido. Onde estavam o Normando Sales e o Sérgio Barros neste tempo todo? O Bocalon não é desagregador, este adjetivo cabe no Marcio Bittar, que nem entrou no PSDB e vive de tecer intrigas. Desabafa o pessoal do Tião Bocalon.

Marcio Bittar se defende, dizendo que o almoço com os representantes do diretório nacional não foi nada escondido, mas numa churrascaria, que é um local público.
“Vocês acham que o Sérgio Barros, a Toinha Vieira, o Zé Vieira, entre outros, não podem reivindicar ter um espaço na Executiva do PSDB? Eu não quero dar golpe em ninguém, nem sou do PSDB, estava no almoço como convidado. Mas não posso negar que vou me filiar ao partido”, disse Bittar em sua última entrevista ao ac24horas.
O PSDB vive hoje momentos de tensão, com boatos de troca de comando sendo aguardada pelos rebeldes do bico mole.

Nem o minúsculo PMN escapa da confusão partidária. O deputado federal Sérgio Petecão (PMN) é o presidente, mas quem tem maioria na Executiva Regional é seu opositor declarado, o deputado Luiz Tchê (PMN). Petecão foi candidato a prefeito de Rio Branco na última eleição, mas Tchê apoiou Raimundo Angelim (PT). Petecão prometeu expulsá-lo, mas até o momento não mostrou força. Sobre a vinda da secretária-geral do PMN, Telma Ribeiro, para tomar esta providência, o deputado Tchê chegou a ironizar.

“Cadê a dona Telma, está com medo de vir nos enfrentar?”

O PMN hoje é uma peça cômica. Na Assembleia Legislativa, os deputados Luiz Tchê e Élson Santiago são fiéis integrantes da base de apoio ao governo Binho Marques. Enquanto por outro lado, Sérgio Petecão é um dos maiores críticos do governo.

O único partido de oposição onde reina a paz é no DEM por um único motivo: como o único nome de expressão é o deputado N.Lima, falta quorum para uma briga.
E assim, sem saber com que roupa irão para o baile de 2010, caminham as oposições.

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