quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CONVERSA COM LULA

O trecho de minha participação durante a entrevista do presidente Lula com blogueiros nesta quarta-feira (24), no Palácio do Planalto. A transcrição completa da entrevista de mais de duas horas já está disponível em formato "doc". Clique aqui para download.

Altino Machado: Presidente, bom dia. Eu sou do Acre, que é um colégio eleitoral pequeno, o senhor conhece muito bem. E embora tenha pouco mais de 470 mil eleitores, o Acre, grosso modo, é um ícone para o PT, como é São Paulo para o PSDB. O José Serra venceu nos 21 dos 22 municípios do Acre. Jorge Viana não se tornou o senador mais votado, proporcionalmente, do país, perdeu na capital. Tião Viana foi eleito muito apertado, é...

Presidente: Marina teve (incompreensível) e teve só 3% dos votos.

Altino Machado: É. Então, esse... Por que o senhor não é “o cara” no Acre? Embora, embora tenha sido dito assim, o Tião Viana disse: “O povo do Acre foi injusto com o Lula”. O Aníbal Diniz, que vai assumir a cadeira dele no Senado, disse: “Nós temos que entender a hostilidade do eleitor acreano contra Lula e contra Dilma”, não é? Como é que o senhor interpreta tudo isso? Como é que... esse caso do Acre?

Presidente: Espera aí, eu quero te agradecer por essa pergunta, porque é uma coisa que eu trago desde a minha primeira eleição para Presidente, é uma coisa... Eu perdi para o Alckmin lá.

Altino Machado: Sim, no primeiro turno.

Presidente: No primeiro turno, eu ganhei no segundo. E eu tenho... eu visito o Acre desde 1979, ou seja, por causa do Acre eu fui condenado a três anos e nove meses de cadeia. Não cumpri a pena porque... por causa da morte do assassino no comício.

Altino Machado: Eu estava lá naquele comício que o senhor fez e foi, em seguida, para Brasiléia.

Presidente: Essa semana eu encontrei com o Jorge em um jantar da Câmara Brasil-França, eu falei: “Jorge, eu preciso sentar com você, porque eu preciso entender o que está acontecendo no Acre”. Veja, eu tenho a convicção de que se pegar... O Fernando Henrique Cardoso foi até um bom presidente, na relação com o Acre.

Altino Machado: Sim.

Presidente: Mas eu tenho a convicção de que se pegar tudo o que foi feito no governo Fernando Henrique Cardoso, governo Itamar, governo Collor, governo Sarney, se somar tudo não dá a metade do dinheiro que eu pus no estado do Acre para fazer as coisas. Inclusive, vocês vão ter o prazer de ver, no Acre, os cinco rios do Acre todos com ponte estaiada, que foi uma briga para a gente poder convencer o financiamento daquelas pontes, por causa que um paulista ou um cara de Brasília não tem noção da dificuldade do que é fazer uma obra no estado do Acre, que não tem pedra, é preciso trazer pedra de outros estados, pedra importada de outros estados, às vezes demora 40 dias para chegar, se não chover demora quatro meses, ou seja, é um dilema para fazer as coisas no Acre. E durante a campanha eu estava preocupado. Eu dizia para o Tião Viana e para o Jorge: “Olhem, eu gostaria de estudar profundamente o Acre, como é que funciona a cabeça do companheiro do Acre”. Sobretudo porque já havia um sinal muito forte de que mesmo o companheiro Jorge Viana sendo a liderança que é, o Binho sendo o quadro que é, tendo a prefeitura da capital e tendo o Tião Viana. Eu nunca vi ninguém trabalhar tanto como o Tião Viana. O Tião Viana saía daqui na quinta-feira, chegava lá, ia para todas as cidades. O PT governa 12 dos 22 municípios, tem mais cinco aliados e perdeu em quase todos, ou seja, é inexplicável. Eu acho que precisa um estudo sociológico sobre o Acre, ou o que os companheiros erraram na política do Acre. Tem erro, tem erro. Eu não ouso dizer aqui o erro antes de fazer... Mas daqui a uns seis meses, quando eu for ao Acre, sem ser presidente, eu me comprometo a te dar uma entrevista dizendo o que eu acho que aconteceu no Acre.

Altino Machado: Obrigado.

Presidente: Eu não quero ser grosseiro e fazer um julgamento precipitado. Mas certamente, certamente nós erramos no Acre por presunção. Não sei se você sabe, na minha opinião uma das razões pelas quais a Marina foi candidata a presidente é porque ela tinha convicção de que não se elegeria senadora pelo Acre, como aconteceu, de fato, uma votação pequena. Então, eu quero, eu quero aprender o que aconteceu no Acre, não apenas com a campanha majoritária, mas com os companheiros lá. Ou seja, o Jorge Viana quase que não se elege, o Tião Viana foi 50,04%, quando a gente imaginava que ele ia ter 80%, 90%. Então, certamente não é erro do povo. Posso te garantir o seguinte, eu quero começar dizendo o seguinte: se tem uma coisa certa lá é o povo. É preciso que, ao invés de a gente ficar culpando o povo, a gente sente, faça uma reflexão [sobre] onde é que nós pisamos na bola no Acre, porque certamente o erro é nosso. Ninguém apanha tanto se acertou. Então, nós temos erros. É só a gente ter humildade, ter humildade e descobrir o que está acontecendo no Acre, porque eu tenho convicção, Altino, e você também, de que os Viana fizeram um bem para o Acre muito grande. Eu conheço o Acre desde 1979.

Altino Machado: Inegável.

Presidente: Eles transformaram aquilo em um estado. Rio Branco virou uma cidade bonita. Mas você percebe que não basta obra, não basta obra. Eu tenho na minha cabeça há muitos anos, o povo não vota numa pessoa porque ele fez uma ponte, porque ele fez uma rua, não. O povo vota se o resultado daquilo teve uma explicação política convincente para as pessoas. E eu acho que a política está mal trabalhada no Acre. Você está lembrado? Chico Mendes virou herói mundial, mas foi candidato a prefeito em Xapuri, teve 300 votos. Osmarino saiu na capa do New York Times muitas vezes; foi candidato a prefeito em Brasileia, acho que não teve nem 100 votos. Você percebe? Há uma rejeição a um determinado tipo de discurso, que nós precisamos discutir como enfrentar isso. Me comprometo daqui a seis meses, Altino, a ter uma conversa contigo...

Altino Machado: Uma entrevista exclusiva. Muito bem!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

'Computador prejudica o sono mais que cigarro, álcool e balada

Estudo da Unicamp mostrou que 60% dos universitários dormem mal

Ficar na frente do computador à noite é pior para a saúde do sono do que beber, fumar ou sair para a balada. Uma pesquisa da Unicamp avaliou 710 universitários e descobriu que, de cada dez pessoas que usam o PC à noite, até sete enfrentam problemas para dormir.

Dentre todos os jovens analisados, 486 eram mulheres e 224 homens. Desse total, 60% (428) foram classificados como maus dormidores. Esse índice subiu quando eram avaliados apenas os internautas noturnos e os fumantes.

O estudo concluiu que, entre os que usam a o micro das 19h à meia-noite, 73,3% foram classificados como maus dormidores. Para quem assiste à televisão no mesmo horário, por exemplo, o sono foi prejudicado em 59,7% dos casos.

De acordo com a psicóloga Gema Galgani Mesquita, autora do estudo, a luminosidade do computador, assim como a da televisão e a das lâmpadas, estimula os neurônios e desregula a liberação da melatonina, o hormônio do sono. Isso impede que a pessoa chegue ao sono profundo e reparador.

- O grande vilão do sono é a luz. Exposto à luminosidade, o organismo não metaboliza o hormônio na forma que precisa para ter um sono reparador.

No caso do computador, os danos são ainda maiores por dois motivos: a proximidade com a tela e o conteúdo. Na comparação com a televisão, a internet demanda mais atividade mental do usuário.

Para a psiquiatra Ana Paula Hecksher, especialista em sono, o computador é mais presente na vida do jovem do que o álcool e o cigarro.

- O computador acaba sendo um vilão maior. Tem uma frequência mais intensa. E ele prejudica o jovem ainda que ele faça atividades adequadas, como uma pesquisa.

O que agrava o cenário, segundo a autora do estudo, é que as novas gerações estão acostumadas a se comunicar pela internet, hábito que não vai ficar para trás ao longo da vida.

- Para quem quer dormir bem, o ideal é sair às oito da noite do computador. Porque aí vai dar tempo de metabolizar o hormônio do sono.

Mulheres sofrem mais

O estudo da Unicamp revelou ainda que as mulheres são mais prejudicadas pelos efeitos do computador que os homens. Ao avaliar aquelas que usam o micro das 19h às 24h durante os fins de semana, 83,4% foram classificadas como más dormidoras. No caso dos homens, o maior índice não passou dos 62,5% e se refere àqueles que ficam conectados das 19 às 22h. De acordo com a autora do estudo, ainda não se sabe porque os resultados são diferentes para eles e elas.

- Talvez seja uma diferença hormonal, na metabolização do hormônio do sono, ou talvez seja a maior resistência física deles. Não sabemos ainda. Essa será a próxima fase da pesquisa.

Os efeitos do tabaco sobre o sono também foram significativos. Segundo a pesquisa, dentre os que fumam, 70,5% foram considerados maus dormidores. Já entre os não fumantes, 59,7% dormiam mal.

- O tabagista apresentou mais distúrbios do sono, como acordar no meio da noite, demorar mais para dormir ou ter pesadelos.

Apesar de o estudo ter avaliado pessoas com idade universitária, a pesquisadora afirma que os resultados devem se repetir em todas as faixas etárias. Com um agravante: para os adultos, idosos, crianças e adolescentes, as consequências são ainda piores.

- Um jovem está no auge da resistência física, resiste muito mais às agressões da vida do que um adulto, idoso, criança ou adolescente.

Riscos

Os perigos de dormir mal é que, no decorrer do tempo, o hábito pode levar a distúrbios psíquicos, segundo a autora do estudo.

Ela alerta que, no curto prazo, a memória e a concentração ficam prejudicadas e é aberto espaço para problemas gastrointestinais e outras doenças.

- A diabetes tipo dois e a obesidade também estão associadas à diminuição do tempo de sono em geral.

O estudo da Unicamp mostrou que até mesmo os exercícios podem prejudicar o sono se eles são combinados com maus hábitos. A pesquisa mostrou que aqueles que praticam exercícios, mas que ficam na frente do PC das 19h à meia-noite, tiveram mais problemas pra dormir do que aqueles que não praticavam exercícios e que passavam a noite no micro.

Apesar de ser um resultado surpreendente, Gema afirma que a prática de atividades leva a uma melhor noite de sono, desde a pessoa tenha uma boa alimentação, e evite o álcool e o PC.

- Não é malhar e depois ficar na frente do computador. Isso não adianta, não resolve nada.

'MPF denuncia nove por desvios de verbas e fraudes no Quinari

O ex-prefeito Maresia e sua mulher, deputada estadual Dinha Carvalho, estariam envolvidos.

O Ministério Público Federal no Acre denunciou à Justiça Federal nove pessoas envolvidas em crimes contra a Lei de Licitações, peculato e falsidade ideológica na aplicação de verbas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) em 2002 e 2003. Os fatos aconteceram em Senador Guiomard, a 24km da capital do Acre, entre os acusados estão os ex-prefeitos Francisco Batista de Souza e Maria do Socorro da Silva Prado, além das ex-secretárias municipais Camila Prado da Costa, Maria Raimunda Ferreira de Carvalho e Lana de Araújo Lima e dos empresários Henrique José Rodrigues Filho (Sportiva Ltda), Cleivia da Silva Lima (Jeová Jiere), Milton Jorge Costa da Silva e Cleide Maria Vieira da Silva (CMV Silva-ME).

Segundo a denúncia, assinada pelo procurador da República Paulo Henrique Ferreira Brito, os fatos motivadores da ação implicam na participação das ex-secretárias Camila Prado e Maria Raimunda Carvalho no desvio de R$ 287 mil mediante emissão de cheques supostamente para o pagamento de despesas incompatíveis com os propósitos do PETI. Pela conduta descrita na ação, as ex-gestoras responderão pelo crime de peculato.

O ex-prefeito Francisco Batista de Souza teria desviado R$ 258 mil do PETI, efetuando compras sem o devido processo licitatório, comprando bens com finalidade diversa do projeto, não comprovando a posse dos bens adquiridos e ainda comprovando os gastos de maneira irregular, com notas fiscais emitidas até três meses após a realização das despesas, incorrendo nos crimes previstos na Lei de Licitações e no Decreto-Lei n.º 201/67. Dos fatos que envolvem o ex-prefeito teriam sido beneficiados também os proprietários das empresas Sportiva, que responderá por peculato e por fraude em licitação, e os proprietários da Jeová Jiere e CMV Silva, que responderão por fraude em licitação.

A ex-prefeita Maria do Socorro da Silva Prado e a ex-secretária municipal Lana de Araújo Lima foram denunciadas por falsidade ideológica por terem emitidos declarações falsas atestando o cumprimento integral do PETI no município, além de declarar falsamente que estariam de posse dos documentos contábeis comprobatórios da execução do convênio, sendo que tais documentos foram encontrados por meio de mandado de busca e apreensão no estabelecimento comercial do prefeito anterior, Francisco Batista.

Deputada estadual Dinha Carvalho (PR)

Binho garante R$ 70 milhões para investimento em ações ambientais

20/11/2010 07:14
O Acre é considerado modelo na promoção de políticas para o desenvolvimento sustentável e para a implementação de atividades produtivas alinhadas com a conservação da floresta.

Contrato destina R$ 70 milhões para um projeto de fortalecimento das ações ambientais no estado (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Contrato destina R$ 70 milhões para um projeto de fortalecimento das ações ambientais no estado (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Binho Marques e dirigentes do BNDES assinaram nesta sexta-feira, 19, contrato que destina R$ 70 milhões para um projeto de fortalecimento das ações ambientais no Estado, com recursos provenientes do Fundo Amazônia. São R$ 60 milhões do BNDES e R$ 10 milhões de contrapartida do governo acreano. A assinatura ocorreu em Brasília, com a presença de secretários de estado e assessores. Pelo BNDES, participou o diretor das áreas de Inclusão Social e de Crédito, Elvio Gaspar.

Os recursos, não reembolsáveis, irão para o projeto Valorização do Ativo Ambiental Florestal. O objetivo da iniciativa, com duração de 36 meses, é fortalecer e ampliar a atual política pública estadual de valorização do ativo ambiental por meio da gestão territorial integrada, de ações de fomento às cadeias produtivas florestais e agroflorestais e de incentivo técnico e financeiro aos serviços ambientais.

"Não estamos criando um projeto novo, mas fortalecendo o que já existe. O futuro governador Tião Viana poderá dar continuidade à esses projetos que começaram em 1999. Fico feliz em saber que uma instituição sólida como o BNDES vê no Acre uma referência", afirmou o governador Binho Marques. "Dizemos aos outros estados que só financiamos projetos que tenham um bom planejamento e que eles podem aprender muito com o Acre", ressaltou Elvio Gaspar.

O Estado do Acre é considerado modelo na promoção de políticas para o desenvolvimento sustentável e para a implementação de atividades produtivas alinhadas com a conservação da floresta. O projeto, que complementa uma série de ações integradas e articuladas entre diversos órgãos do governo estadual e outras instituições parceiras, está estruturado em dois grandes blocos de atuação independentes. No primeiro deles, o foco é a consolidação da estratégia de gestão territorial fundamentada no Zoneamento Ecológico-Econômico. Entre as ações previstas estão: fortalecimento do Instituto de Meio Ambiente do Acre e da Secretaria Estadual de Florestas; modernização da Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (UCEGEO); e elaboração de Planos de Prevenção e Controle de Desmatamento e Queimadas Municipais, a ser realizado em parceria com as prefeituras.

O segundo componente do projeto prevê ações de fomento às cadeias produtivas florestais e agroflorestais para a redução do desmatamento e de incentivos aos serviços ambientais em duas áreas definidas como prioritárias pelo governo, por sofrerem influência direta das obras da rodovia BR-364 (que liga a capital, Rio Branco, à cidade de Cruzeiro do Sul). Com 2,1 milhões de hectares - sendo 895 mil no município de Tarauacá (Área 1) e 1,2 milhões nos municípios de Feijó e Manuel Urbano (Área 2) -, essas duas áreas envolvem 10 cooperativas de manejadores florestais e de pequenos agricultores, além de três associações indígenas. Aproximadamente 12 mil pessoas serão beneficiadas.

Governador Binho Marques, deputado Edvaldo Magalhães e secretário Gilberto Siqueira converam com o Diretor das áreas de Inclusão Social e de Crédito, Elvio Gaspar (Fotos: Sérgio Vale/Secom)
Governador Binho Marques, deputado Edvaldo Magalhães e secretário Gilberto Siqueira converam com o Diretor das áreas de Inclusão Social e de Crédito, Elvio Gaspar (Fotos: Sérgio Vale/Secom)

O foco nas pequenas propriedades é resultado da dinâmica de desmatamento registrada atualmente no Acre. Apesar da queda contínua dos últimos anos - houve redução de 72% entre 2005 e 2009, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - há uma crescente participação dos desmatamentos em áreas inferiores a 5 hectares, que correspondem a cerca de 60% dos polígonos de desmatamento. Do desmatamento total do Estado até 2009, 35% ocorreu em projetos de assentamento, que concentra metade da população rural do Estado.

Um laboratório para seleção de mudas florestais e frutíferas também deverá ser criado, aperfeiçoando a eficácia de plantio e dando escala para atender ao crescimento da demanda. Cabe ressaltar que a produção florestal do Acre (madeireira e não madeireira) é a atividade econômica mais importante do Estado, responsável por 16,8% do valor bruto da produção, enquanto que a agropecuária participa com 4,8%. A floresta da região possui uma variedade de produtos demandados pelas indústrias cosmética, alimentícia e farmacêutica, entre eles açaí, copaíba, unha-de-gato, andiroba e buriti.

"Esse projeto permite que não sejam apenas investimentos em fiscalização, mas em alternativas de produção sustentável", salienta Binho Marques. "O Acre está trilhando um caminho de sucesso. Temos como exemplo a sanção da Lei que cria o Sistema de Informações Ambientais (SISA) e o ato de hoje mostrou que nosso estado está no rumo certo", afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães, que também esteve presente na ocasião.

Fonte:
Agência de Notícias do Acre

domingo, 7 de novembro de 2010

Acre: derrota de Dilma indica fim do domínio do PT

Dom, 07 de Novembro de 2010 10:03

A derrota da presidente eleita, Dilma Rousseff, no segundo turno de votação no Acre, onde obteve apenas 30,3% dos votos válidos contra 69,7% do tucano José Serra, pode ter sido reflexo da insatisfação da população acreana com o governo do estado, comandado há 12 anos pelo PT.

A avaliação é de pesquisadores e até de gente próxima ao partido no estado.

Embora o petista Tião Viana tenha vencido a disputa pelo Palácio Rio Branco, o resultado foi alcançado com menos de 5 mil votos de diferença do seu rival, o tucano Tião Bocalom.

No segundo turno, além da derrota de Dilma, que perdeu em 21 das 22 cidades do estado, Viana ainda viu a maioria da população rejeitar, em um referendo, a mudança de horário no Acre promovida por um projeto de lei de sua autoria.

- Há parcelas da população insatisfeitas por conta de erros acumulados ao longo de 12 anos, principalmente no funcionalismo público.

O PT aqui é acusado de autoritarismo, de ser arrogante com os funcionários e com a população - aponta Antonio Alves, que se autointitula "assessor dissidente" do governo de Binho Marques (PT).
Catarina Alencastro, O Globo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Deputados que compraram voto são vitima do golpe da lista e de chantagem

Muitos deputados estaduais eleitos no dia 3 de outubro estão sendo vitimas de eleitores espertalhões, que na tentativa de conseguir alguma vantagem financeira, procuram os parlamentares com as famosas listas de compra de voto. A conversa é sempre a mesma: “eu vim aqui para o senhor liberar o dinheiro dessas pessoas que trabalharam e votaram no senhor; eu já não estou conseguindo segurar mais, pois eles ameaçam lhe denunciar no TRE.”

Como a grande maioria dos eleitos trabalhou com a compra de votos, só resta uma alternativa: aceitar a chantagem para não ser incomodado pela justiça eleitoral. Eles pagam e ainda agradecem o eleitor-combrador pelo fato deste ficar calado.

Roberto Vaz – da redação de ac24horas
Rio Branco, Acre

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A LIÇAO QUE O PT NÃO ASSIMILA NO ACRE

Dos 11 estados onde José Serra (PSDB) venceu no segundo turno eleitoral, foi no Acre onde o tucano obteve a melhor votação - 69% contra 30% dos votos de Dilma Roussef (PT).

Serra venceu em 21 dos 22 municípios acreanos, incluindo Xapuri, considerado matriz do suposto ideário socioambiental do "governo da floresta". O tucano perdeu apenas em Feijó, que é uma das duas únicas cidades administrada pelo PSDB no Estado.

No primeiro turno, o senador Tião Viana (PT) viveu o sufoco de ser eleito governador com 50% do votos, contra 49% dos votos de Tião Bocalom (PSDB). Além disso, a cadeira da senadora Marina Silva (PV-AC) já está perdida e será ocupada pelo senador eleito Sérgio Petecão (PMN).

O Acre, que tem apenas 470.545 eleitores, é governado há 12 anos pela Frente Popular do Acre, uma coligação de 15 partidos liderada pelo PT.

- Precisamos entender o que levou o eleitorado do Acre a ter essa postura de hostilidade ao Lula e a Dilma – disse o secretário de Comunicação do governo do Acre Aníbal Diniz, suplente do senador Tião Viana.

A "hostilidade do eleitorado do Acre" não é contra o presidente Luís Inácio Lula da Silva nem contra a presidente eleita Dilma Roussef. A resposta do eleitorado acreano está sendo dada contra a maneira como o Acre vem sendo governado.

O diagnóstico tem sido dado e é constatado por quem vai para as ruas e anota num caderninho o que ouve: "o governo é perseguidor", "o governo cerceia a imprensa", "mente demais na propaganda", "o pessoal do governo é muito arrogante", "só tem vez no governo uma panelinha", "que manda mesmo é gente de fora", "acreano não tem vez".

Alguém pode até refutar com a alegação de que nada disso é verdade e que se trata de eco do discurso vazio da oposição. Não é. Quando a situação está realmente boa, não existe espaço para alguém dizer que está ruim. A prova disso é que começa a surgir perdedores porque a situação está realmente ruim e insistem em dizer que está boa.

O caso da mudança da hora legal do Acre serve para ilustrar isso. Para atender aos interesses das emissoras de TV, especialmente da Globo, o senador Tião Viana, sem consultar a população, apressou a aprovação de uma lei, sancionada pelo presidente Lula, reduzindo de duas para uma hora a diferença do fuso horário do Acre em relação à Brasília.

Se a população foi consultada, conforme afirmou Tião Viana nos últimos dois anos, por que o povo aproveitou o referendo neste domingo (31) para decretar o fim da mudança da hora legal do Acre?

A arrogância no Acre permanece apesar do resultado das urnas. Políticos e militantes da Frente Popular estão se valendo de seus meios de comunicação para debochar da decisão popular de apoio a José Serra e contra a mudança do fuso horário.

O sistema operacional Windows, da Microsoft, possui uma "máquina do tempo", mais conhecida como restauração do sistema. Quando alguma coisa horrível, como o vírus 55, por exemplo, abala o seu computador, é fácil voltar ao dia anterior. Ou ao dia antes dele. Ou ainda voltar à semana ou ao mês anterior. É um recurso pouco usado que pode salvar sua pele um dia.

Para que se possa restaurar o sistema é necessário que o recurso tenha sido habilitado pelo usuário, que pode criar os próprios pontos de restauração. Como nada é perfeito, saiba que o recurso é um devorador de espaço para quem quer estabelecer um calendário de restauração do sistema.

Resta saber se o painel de controles da Frente Popular do Acre habilitou ou não a restauração do sistema. Se habilitou, muito bem. Poderá tentar restaurar-se para um ponto sem perseguição, censura, propaganda enganosa, arrogância, panelinha, onde o povo acreano tenha realmente vez.

Mas a melhor avaliação continua sendo a de Marina Silva em entrevista ao portal Terra:

- Tem uma mensagem dada pelo povo acreano a nós da Frente Popular. Temos que ter humildade e sabedoria para fazer essa leitura. Sem humildade e sabedoria, vamos tentar arranjar algum meio para explicar ou consolar a forma enfática como a sociedade sinalizou, que não está tudo bem. Se a gente tentar se explicar ou se consolar dessa maneira, não vamos tirar a aprendizagem correta, ou seja, se não mudarmos o caminho, podemos mudar a maneira de caminhar. É preciso que a gente tenha uma abertura maior para a diversidade, para a crítica, para o processo, para dividir a autoria, a realização e o reconhecimento das coisas. Se a gente continuar pondo o talento de todos em apenas alguns, daqui a pouco cada um vai reivindicar o seu talento com justa razão ou vai colocar suas insígnias em outras lideranças que imaginam possam ser mais horizontais.


Tenho dito.
Publicado por ALTINO MACHADO às 11:59