segunda-feira, 5 de abril de 2010

ENTREVISTA COM EDVALDO GUEDES

De Cafuas para o Acre, em nova versão, Edvaldo vem de Brasília amarela

Sáb, 27 de Fevereiro de 2010 15:07
Era cinco horas da manhã de sábado (27), quando estacionei meu carro em frente a placa com o nome: “Sitio Cafuas não me deixes”. O sereno da madrugada caprichosamente, avivou o verde dos 2,71 hectares de floresta.

O cenário para entrevista já estava pronto. Uma sacola plástica com pães manuais, “ovos estrelados” e uma jarra de suco de maracujá com limão. O que faltava na receita matinal, um senhor moreno de estatura média fazia ao lado da tapera de palha, erguidos por entre carros velhos e abandonados, galinhas, alguma plantação de mandioca, banana e placas com dizeres bíblicos e expressões de alta ajuda.

- Faz café com ovos estrelados para o repórter – gritou de dentro do quarto.

Pouco depois, lá vinha ele, com uma blusa listrada em tons azul e branco, calça preta e sapatos brancos. Estava diante de uma das figuras mais folclóricas da política acreana: Edvaldo Guedes, Texeirense, filho do Estado da Paraíba, o homem que venceu a seca e veio para o Acre, em 1972 [ano que nasci], trabalhar no Banco do Brasil.



Ao preparar o material para entrevista, ao ler alguns artigos, sabia que iria me deparar com um cidadão que já recebeu atestado de doido, que costumava fugir dos padrões que a sociedade julga correto, como o amor dele [de Edvaldo] à Cafuringa, o jumento que o projetou politicamente.

“Quero que me julgue mesmo! Isaac Newton diz que a matéria atrai matéria na razão direta de sua massa e na razão inversa do quadrado entre sua distância”, exclamou Edvaldo.


Tinha perguntado a ele, se acreditava que sua candidatura ao governo do Acre, como projeta, fosse igual a eleição de Cabide [vereador], que se elegeu com o voto do protesto.

Esse, porém, foi o único tópico mais polêmico do bate papo. Depois de tomarmos um café preto, que serviu para espertar o sono, o economista falou de miséria. Formado pelas Universidades de Campinas e do Acre, Edvaldo disse que nossa região precisa de trabalho, “cresceu como rabo de cavalo”, analisou.

- Cheguei aqui, na década de 70, o Acre estava acima de Rondônia, era uma terra rica. Hoje vivemos exatamente ao contrário, Rondônia lá em cima e o Acre na fome, na miséria, não se planta um caroço de milho nesse Estado.

Edvaldo defende uma transformação, um projeto que, segundo ele, “dê um choque anafilático em nossa economia”.

- É preciso diminuir os gastos do governo, criar super secretarias e não cabides de emprego como essas cooperativas fantasiosas do governo do PT que não assinam carteira dos trabalhadores.

-E qual a saída? Perguntei.

- Educação, temos que levar a Brasília como moeda de troca, um estado com uma população sem analfabetos – respondeu.

Ele critica o que chama de “importação de valores” as nomeações do atual governo, de técnicos e profissionais de fora do Estado. Ao citar as faculdades existentes no Acre, Edvaldo defende a valorização da prata da casa. E diz que vai governar – uma vez eleito, com o sistema de Sátrapa [ governadores das províncias do Império de Babilônia]

- Com corrupção zero esse é o grande lema desse modelo de governo que funcionou perfeitamente na antiga Babilônia. Vamos incentivar a produção para acabar com a fome, criando também os NARIS – Núcleo de Apoio Rural Integrado, com informática e mecanização Agrícola.

Edvaldo, que inova seu vocabulário ao falar de informatização, fala de projetos característicos, como a Construção de uma hidrelétrica no Rio Acre e a ligação de todo o Estado através de Ferrovias, “projeto defendido por Euclides da Cunha”, cita ao falar das ferrovias.

A entrevista foi gravada em uma câmera particular comprada para fazer o programa eleitoral. Embora ainda tenha que resolver problemas jurídicos por dupla filiação, o socialista assegura que desta vez é pra valer. Tanto que já inova, e de forma autêntica, será o único candidato a ter em sua estrutura de campanha, uma Variante 2 [a Brasília Amarela] e um Chevrolet 63 – 3 portas.

- Tudo na minha vida é sui generis, serei um candidato sui generis, desde a minha casa, a Cafuas, até o meu transporte de campanha.

Bem, Cafua é um termo que significa “esconderijo”, “lugar oculto”. O nome da colocação que sobrevive ao progresso da Via Verde, foi batizado por Ambrozio Elias, em 1975. A expressão “não me deixes”, foi tirada por Edvaldo do triste episódio da morte de Juscelino Kubitschek (JK), daí o nome: Sitio Cafuas não me deixes.

É de Cafuas que Edvaldo em sua nova versão, agora de Brasília Amarela, pretende se projetar para chegar ao palácio Rio Branco.

- Sou um homem pré-destinado – concluiu.

Jairo Carioca – Da Redação de ac24horas
Js.carioca@hotmail.com
Última atualização em Seg, 08 de Março de 2010 07:16

Comentários


0 #3 Maciel 02/03/2010 11:18
Voto no Edvaldo se o Cabide aceitar ser o vice...
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